O ENSINO SOCIAL DA IGREJA

O cerne do Ensino Social da Igreja é a pessoa humana e sua promoção. Isto porque, a história não se reduz à sua dimensão apenas religiosa. Falamos hoje de inculturar á fé, mas é necessário também inculturar a história, pois somos frutos dela. O ser humano como imagem e semelhança do Criador foi salvo em sua totalidade, o que hoje inclui todas as suas dimensões, desde o sexual masculino-feminino ao religioso; desde o político ao econômico; desde o corporal ao espiritual, desde o individual ao social. De fato, há uma profunda relação entre o homem, a sociedade e a Igreja, entre indivíduos e a cultura, entre a pessoa e a estrutura que é criada por ela mesma. Defendemos a dignidade do homem porque é pessoa e, por isso, livre em si mesmo, mas também asseguramos que o ser humano é essencialmente social, e por isso, responsável pela sociedade em que vive.

Por sua vez, então, a fonte do Ensino Social da Igreja é o pró-prio Evangelho. É o próprio Cristo, vivo e atuante na vida da humanidade. Por isso, que o anúncio de Jesus dentro da história mostra que o Ensino Social da Igreja, tem como objetivo criar condições para a formação da consciência crítica de liderança que atuem na construção da sociedade mais justa e solidária, pautada pelos valores do Evangelho para os cristãos e valores humanos para outros que professam uma fé que distingue da nossa. Se existe um vínculo indissociável entre a pregação e a promoção da vida e da dignidade humana, não é possível existir uma verdadeira evangelização fora do contexto social, sem um compromisso de conversão e de transformação na ordem social, política e econômica.

O que nos identifica como cris-tãos é a nossa relação de irmãos e a preocupação com os nossos semelhantes. Por isso, a missão de pregar o Evangelho requer, nos tempos que correm que nos comprometamos em ordem à libertação integral do ser humano, já desde agora na sua vida terrena. Se, efetivamente, a mensagem cristã sobre o amor e a justiça não mostra a sua eficácia na ação pela justiça no mundo, muito dificilmente ela será aceitável para os homens do nosso tempo.

Portanto, o futuro pede de nós um projeto bem alicerçado. Sentamos para unir os dados disponíveis. Mas isso não basta. Vem a grande pergunta: o que fazer com esses dados históricos que temos e que herdamos daqueles que nos amaram ou que nos odiaram com o desejo de acertarem? Aqui entra a razão. É preciso jogar com esses dados através de uma reflexão séria sobre as realidades que temos. O adversário que vamos enfrentar não podem ser os homens. Não jogamos contra a humanidade, nem contra a vida, nem contra o mundo. Qual é o seu papel? Que fé é professada por você na sociedade? O Evangelho tem sua dimensão social? Como que a Igreja manifesta sua mensagem de salvação à humanidade? Cabe a cada um refletir e se posicionar.


Wanderley Fonseca Clemente
Seminarista – 4º ano de teologia. Diocese de Guanhães.

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