O ARRAIÁ DO CORAÇÃO

João Gomes Ferreira*

Ah como é bom fa-zer festa, se alegrar e celebrar. Mês de ju-nho então, quantas festas juninas, com muito quentão, qua-drilha e muito trem bão!
Junho é o mês do frio. Ficar no frio às vezes, ou quase sempre, é muito ruim. Precisa-mos do calor. Na festa junina, o calor vindo da fogueira de São João, do Santo Antô-nio, o santo casamen-teiro da tradição, o São Pedro, pode até ser a solução.
A
Nada de frio! Em vol-ta da fogueira o calor nos aquece. Se não o calor da fogueira, o calor vindo do irmão. Neste dia, fantasiado de caipira roceiro, dos causos menos sérios da vida, o chapéu de palha, o frio sai em disparada, mesmo o frio do coração.
É o fogo que se torna sinal, sacramento. Em volta da fogueira a caipirada se congrega, sorri pra vida. Em torno do fogo, pelo seu calor que aquece e conforta, o compadre e a comadre se apro-ximam pra prosear. Já não há mais diferença. É o calor que gera a aproximação.
Vamos por aí bebendo nosso quentão e nos alegrando com o ir-mão, dançando com a morena no ritmo da canção, do forrozão. É momento de grande celebração, alegria e curtição. Vamos nos aquecer, logo o frio acaba e não se tem mais a fogueira. O bom é que se tem sempre do lado o ir-mão, pra no abraço, sempre aquecer nosso coração.
“Êita trem bãoooooo, sôooooooooooooooo!!
Esse arraiá que aquece o coração!
Vai embora friozãoo!
* Seminarista do 3º ano de teologia

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