RECOMEÇAR

Maria da Penha Spínola*

É tempo de recomeçar.
É tempo de nos questionar: estamos realmente vivendo ou deixando a vida nos levar?
Somos felizes assim?
Podemos descobrir que estivemos mergulhados em inúmeras atividades, em tantos afazeres, numa rotina desenfreada. Nossos dias foram verdadeira roda viva. Tudo toma muito nosso. Dentro desse sistema, deixamo-nos levar pela onda da maioria. Não vivemos a vida.
Não fomos felizes, não estamos felizes.
Pergunto-me como tornar este ano diferente de tantos já vividos?
Surgem os projetos, as intenções, os desejos de mudar.
Como começar?
Que tal reinaugurar minha historia e como protagonista, procurar conhecer-me, dons e defeitos, encontrar-me e perceber o que mudar para ser feliz.
Então vou notar que preciso buscar o outro, olhar com sensibilidade as pessoas a minha volta e o planeta onde vivo.
Poderá espantar-me a diversidade e a riqueza de dons que trazem dentro de si, assim como suas necessidades.
Então, com esperanças, será possível propor a, mutuamente, ajudar-nos, a descobrir nossos valores, a nos transformar e a buscar juntos a reconstrução da vida.
Isso não será fácil. Corremos o risco de não ser aceitos, de não ser entendidos. Muitos desejos, ideias, planos podem não se concretizar. Vão surgir dores, desânimo, desejo de mudança.
Nesses momentos, é necessário determinação e vontade para buscar novo alento. É hora de reacender as esperanças que irão nos empurrar a prosseguirmos na caminhada.
Se mais adversidades surgirem e essas novas esperanças se desfizerem confiemos na esperança maior que é alimentada pela fé. “Tudo posso naquele que me fortalece”. Novos caminhos hão de surgir e também novos desafios.
Para enfrentar tudo o que se apresentar, somos chamados a nos unir mais e a persistir na busca da felicidade.
Mesmo que pequenas, as mudanças, que acontecerem, vão fazer a diferença para nós e para os outros.
Quem em 2010, nosso projeto de vida tenha como objetivos: abrir mão das dificuldades de ser felizes, aproveitar o tempo que Deus nos ofertar e amar, a partir de nós, a todas as pessoas e a natureza, partilhar dores e transformar nossa realidade.
Ser feliz é também fazer o outro feliz!

* Dona Penha, professora de Língua Portuguesa nos seminários Propedêutico e Diocesano.

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