A ESCOLA NOSSA DE CADA DIA...*

Levy Paula Figueira

“A Escola não é um lugar de medo, de pavor, mas de reparar na maneira bonita de dizer as palavras.”
(da jovem professora Eunice para o menino Paulo Freire, em Recife).


Importa muito a visão da comunidade sobre a Escola. Importa muito mais a comunidade ser presente, atuante na Escola. Há então um horizonte bem maior e bem mais conveniente na compreensão e na definição da Escola.

Os alunos saem das famílias, de famílias diversificadas por vários critérios, especialmente na realidade de um estilo de vida familiar que consagra diferentes valores... ou, as vezes, não consagra... O ideal, um entro-samento intenso Escola – Pais, Pais – Escolas, Famílias – Escolas e vice-versa. Está em jogo o processo e-ducativo. São importantes aí Família, Escola e outras entidades dentro da sociedade.

Essencialmente, é vital a articulação Família-Escola; um câmbio indispensável: a Escola dentro da Família – a Família dentro da Escola. Pais e Filhos – Professores e Alunos formam uma totalidade absoluta. – A Família não “entrega o filho ... e não pode estar omissa e ausente da vida escolar do filho. Nem pode também entrar “pela contramão”, blindando o filho desordeiro e rebelde. Como qualquer instituição séria, a Escola deve ter e tem suas normas, suas leis, sua disciplina. É claro que elaboradas num processo mais participativo – com a voz da Diretoria, Professores Funcionários, Alunos – quanto mais, melhor... Nas aulas da Escola se requer um ambiente que possibilite aprendizagem. Que haja uma verdadeira intercomunhão de todos. O processo Educativo – Pedagógico para a verdadeira e real aprendizagem só acontece na totalidade dessa inter-comunhão. Cada seguimento ou grupo, entrando com o seu quinhão para a aprendizagem e para integração de todos.

Assim como é compromisso da Escola buscar sempre mais a qualificação dos professores e dos funcionários, há que existir sempre um compromisso efetivo de participação das Famílias e do todo da comunidade. O conjunto dessa ambientação – compromisso dignifica a Escola, dignifica as Famílias, dignifica a sociedade e faz acontecer de fato uma experiência educativa.

“Aprender a ler, mais do que decifrar as letras, é entender as ameaças, perceber as injustiças e desenvolver uma consciência política para que se possa lutar contra elas”. “Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo. To-dos nós sabemos alguma coisa, todos nós ignoramos alguma coisa” (Paulo Freire).

Todos nós estamos sempre em Escola, em aprendizagem.

É, de fato, a Escola nossa de cada dia...

* Texto deixado por monsenhor Levy exclusivamente para o painel Intuições.