Aíla Luzia Pinheiro de Andrade*
As estatísticas mais recentes sinalizam para o avanço das mulheres em setores que há pouco tempo ninguém jamais sonharia em vê-las. Apesar das conquistas atuais, ainda há um extenso caminho a percorrer em decor-rência da pouca participação da mulher nas principais atividades religiosas segundo a Bíblia. Na Terra de Israel, no tempo de Jesus, a atuação da mulher ainda estava restrita ao âmbito doméstico. Contudo, algumas passagens dos evangelhos mostram que as mulheres são consideradas dignas de um tratamento diferente. Jesus não se sente constrangido em aproximar-se delas e tratá-las com dignidade. Algumas receberam uma nova chance e tiveram suas vidas restauradas. E mais, os relatos das aparições do Ressuscitado mencionam as mulheres como testemunhas privilegiadas da ressurreição.
Alguém pode objetar que estamos fazendo uma leitura fundamentalista da Bíblia, pois não se pode provar que Jesus tenha tratado as mulheres de modo diferente do que era comum naquela época. De fato, nada disso pode ser provado cientificamente. Nem os evangelhos pretendem ser reportagens a respeito da vida de Jesus. Mas, teria a Igreja nascente inovado tanto os costumes daquela época, se Jesus não tivesse tomado essas posições a respeito da mulher? Ou será que os escritores bíblicos acharam por bem colocar por escrito algumas narrativas que demonstram a libertação da mulher como sinal da irrupção do Reino de Deus na história? Essa atitude de Jesus anima a mulher de hoje a seguir pelas vias da Teologia. Setor até bem pouco tempo ocupado apenas por homens.
Fazer Teologia é coisa nova para quem é mulher. Ela não pode, da noite para o dia, ser uma expert no assunto. Precisa apropriar-se de longos anos de uma reflexão realizada apenas por homens. A experiência de fazer Teologia não é apenas uma novidade, mas um processo de conversão, primeiramente para a mulher que a faz, depois para a Igreja inteira. Hoje, as teólogas enfrentam cada vez menos a desconfiança dos homens a respeito de seu trabalho. Contudo, à medida que elas se destacam mais em suas carreiras, há uma maior exposição e, consequentemente, podem ser avaliadas de acordo com alguns parâmetros ainda ditados pelo mundo masculi-no. Assim, a atividade teológica da mulher também pede a conversão do homem. Por isso, este é um momento riquíssimo de aprendizagem para a Igreja inteira. É também um maravilhoso desafio que marca a vida eclesial, e chama a atenção para unidade sem que isso signifique uniformidade, mas antes, respeito às diferenças individuais.
No início, é comum a teóloga viver a tentação de ocupar-se em provar que é capaz, que tem condições de exercer essa tarefa com sucesso. O fato de ser mulher num universo profissional até então formado apenas por homens causa certo desconforto. Isso transparece na insistência, por parte de algumas teólogas, em produzir textos cuja temática se reduz à exaltação da mulher e a um suposto machismo onipresente. A insistência nessa temática é tanta que muitos teólogos tornam-se receosos em fazer críticas construtivas às colegas, coisa natural no âmbito do conhecimento, pois temem que isto seja interpretado como uma atitude machista. É necessário um período de adaptação de ambas as partes. O respeito será conquistado com a convivência profissional. Com o passar do tempo espera-se que o homem deixe de ser visto como um adversário e seja considerado como um parceiro dessa importante vocação.
A teóloga precisa ter uma enorme consideração pelo mundo e pela humanidade, visando uma sociedade mais justa e com mais respeito ao meio ambiente. Que a Teologia feita por mulher faça com que a vida das pessoas possa mudar significativamente. Que vá ao encontro das aspirações mais profundas dos prediletos de Jesus: os abandonados, solitários, humilhados.
Em suma, o que se espera da mulher que deseja trilhar os caminhos da Teologia é que seja alguém de visão aguçada, uma sonhadora, até utopista. Mas, com um comportamento arrojado, proativo, versátil, dinâmico, persistente, direcionado para resultados, empreendedor, facilitador. Com discurso e prática estimulantes. Ou seja, alguém realmente de muita caridade, esperança e fé.
As estatísticas mais recentes sinalizam para o avanço das mulheres em setores que há pouco tempo ninguém jamais sonharia em vê-las. Apesar das conquistas atuais, ainda há um extenso caminho a percorrer em decor-rência da pouca participação da mulher nas principais atividades religiosas segundo a Bíblia. Na Terra de Israel, no tempo de Jesus, a atuação da mulher ainda estava restrita ao âmbito doméstico. Contudo, algumas passagens dos evangelhos mostram que as mulheres são consideradas dignas de um tratamento diferente. Jesus não se sente constrangido em aproximar-se delas e tratá-las com dignidade. Algumas receberam uma nova chance e tiveram suas vidas restauradas. E mais, os relatos das aparições do Ressuscitado mencionam as mulheres como testemunhas privilegiadas da ressurreição.
Alguém pode objetar que estamos fazendo uma leitura fundamentalista da Bíblia, pois não se pode provar que Jesus tenha tratado as mulheres de modo diferente do que era comum naquela época. De fato, nada disso pode ser provado cientificamente. Nem os evangelhos pretendem ser reportagens a respeito da vida de Jesus. Mas, teria a Igreja nascente inovado tanto os costumes daquela época, se Jesus não tivesse tomado essas posições a respeito da mulher? Ou será que os escritores bíblicos acharam por bem colocar por escrito algumas narrativas que demonstram a libertação da mulher como sinal da irrupção do Reino de Deus na história? Essa atitude de Jesus anima a mulher de hoje a seguir pelas vias da Teologia. Setor até bem pouco tempo ocupado apenas por homens.
Fazer Teologia é coisa nova para quem é mulher. Ela não pode, da noite para o dia, ser uma expert no assunto. Precisa apropriar-se de longos anos de uma reflexão realizada apenas por homens. A experiência de fazer Teologia não é apenas uma novidade, mas um processo de conversão, primeiramente para a mulher que a faz, depois para a Igreja inteira. Hoje, as teólogas enfrentam cada vez menos a desconfiança dos homens a respeito de seu trabalho. Contudo, à medida que elas se destacam mais em suas carreiras, há uma maior exposição e, consequentemente, podem ser avaliadas de acordo com alguns parâmetros ainda ditados pelo mundo masculi-no. Assim, a atividade teológica da mulher também pede a conversão do homem. Por isso, este é um momento riquíssimo de aprendizagem para a Igreja inteira. É também um maravilhoso desafio que marca a vida eclesial, e chama a atenção para unidade sem que isso signifique uniformidade, mas antes, respeito às diferenças individuais.
No início, é comum a teóloga viver a tentação de ocupar-se em provar que é capaz, que tem condições de exercer essa tarefa com sucesso. O fato de ser mulher num universo profissional até então formado apenas por homens causa certo desconforto. Isso transparece na insistência, por parte de algumas teólogas, em produzir textos cuja temática se reduz à exaltação da mulher e a um suposto machismo onipresente. A insistência nessa temática é tanta que muitos teólogos tornam-se receosos em fazer críticas construtivas às colegas, coisa natural no âmbito do conhecimento, pois temem que isto seja interpretado como uma atitude machista. É necessário um período de adaptação de ambas as partes. O respeito será conquistado com a convivência profissional. Com o passar do tempo espera-se que o homem deixe de ser visto como um adversário e seja considerado como um parceiro dessa importante vocação.
A teóloga precisa ter uma enorme consideração pelo mundo e pela humanidade, visando uma sociedade mais justa e com mais respeito ao meio ambiente. Que a Teologia feita por mulher faça com que a vida das pessoas possa mudar significativamente. Que vá ao encontro das aspirações mais profundas dos prediletos de Jesus: os abandonados, solitários, humilhados.
Em suma, o que se espera da mulher que deseja trilhar os caminhos da Teologia é que seja alguém de visão aguçada, uma sonhadora, até utopista. Mas, com um comportamento arrojado, proativo, versátil, dinâmico, persistente, direcionado para resultados, empreendedor, facilitador. Com discurso e prática estimulantes. Ou seja, alguém realmente de muita caridade, esperança e fé.
* Aíla é religiosa e professora no SDNSR.
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